Quem é turfista sabe: tanto nos hipódromos como nas agências, tem sempre aquele cidadão que quer contar vantagem e dizer que é o “bam-bam-bam”. E essas figuras acabam dando até um certo charme às corridas, pois acabam iludindo aos turfistas novos fazendo-os pensar que existe alguém que consegue ganhar alguma coisa (além de alegrias e descontração) nas corridas. Muitas vezes eu mesmo já me iludi com esses figurões, mas acabei por chegar à mesma conclusão de um certo humorista da televisão: “Quem não tem dinheiro conta história”.
Não foi muito diferente o que aconteceu há pouco mais de um ano lá no Jockey Club de São Paulo. Um rapaz novo, que já deveria ter tomado umas e outras, bradava aos quatro ventos que tinha uma barbada impossível de perder.
Eu não o conhecia, mas ele se apresentava tão eufórico como relação à sua barbada que acabou criando intimidade com todos que estavam no recinto, o atualmente desativado Betting Point do hipódromo, inclusive comigo.
Então fui tomando conhecimento de que ele trabalhava em um supermercado na região do Jockey Club. Esse supermercado era frequentado por diversos jockeys que, por consequência, tinham amizade com ele. Daí surgiu a tal barbada: um jockey que visitava o supermercado, segundo o sujeito, primando pelo frescor das mercadorias que estava adquirindo, pediu-lhe que as trouxesse diretamente do estoque. Em retribuição, o tal jockey lhe deu a indicação quente.
Achei aquela história esquisita, pois o jockey mencionado por ele, um dos meus preferidos por sinal, nunca foi muito de papo. Era uma pessoa fechada que evitava falar com os turfistas. Mas o que importava é que ele tinha dado a barbada para o sujeito.
Como o páreo indicado era apenas o quinto da reunião, não faltou tempo para que todos ficassem sabendo da influência que o tal cidadão tinha junto aos jockeys.
Porém, chegada a hora do cânter do quinto páreo, para decepção de todos, inclusive do tal cidadão que não perdeu a pose, a pedra de rateios é divulgada e a barbada impossível de perder pagava apenas 1,30 por um.
No mesmo momento eu pensei: Que raios de informação privilegiada é essa que todo mundo tem? Por um palpite desse, o máximo que se poderia pedir em troca era que o sujeito respondesse em qual prateleira ficavam os amendoins ou algo parecido e nada mais.
Mas como eu disse, ele não perdeu a pose: “Olha lá, estou falando! Você acha que esse jockey vai dar furo comigo? Olha o rateio! Esse é barbada mesmo!” Pode ser?
E para complicar mais ainda a situação do rapaz, ao ser dado o grito de largada, o cavalo indicado por ele não estava conseguindo acompanhar o “train”do ponteiro. E foi assim até a reta de chegada, quando o jockey “amigo do cidadão” começou a se mexer em cima do favorito. Até que houve o ensaio de uma atropelada, mas que logo “molhou”.
No final, o favoritão ainda teve problemas para conseguir segurar o placê.E como sempre acontece com todas as figuras como esta que descrevi hoje, ele deu algumas desculpas e logo sumiu. Mas foi apenas passarem alguns dias que o barbadeiro de plantão voltou a cantar de galo no hipódromo.
INDICAÇÕES PARA A GÁVEA - 07/10
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1°: 3-4-2
Páreo de análise bem difícil para começarmos a reunião onde vou com a
Currahill Lake (3) que já tem corridas regulares na turma que a credenci...
Há 3 horas
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