Quase sempre que vou ao hipódromo paulistano, me deparo com uma das, senão a mais, turfistas mais fanáticas que já vi. Sou muito amigo de seu irmão e, por conseqüência, seu amigo também.
Ela é muito descontraída, tem várias amizades por lá e, se não estiver caçando uma poule alta, está debatendo futebol de igual para igual com os machos, digo rapazes.
Certo dia, quando eu assistia a um jogo de futebol naquele televisor de plasma, o qual transmite aos jogos de futebol, que fica dentro do saguão de apostas e que tem ao seu lado um idêntico televisor que transmite as carreiras, até comentei com um camarada que aqueles televisores dispostos daquela forma (um ao lado do outro, transmitindo futebol e turfe) eram a cara dessa nossa amiga. Meu camarada na mesma hora concordou em gênero número e grau e caiu na gargalhada.
Então se alguém quiser procurar por ela no prado, é só dar uma olhadela por perto dos tais televisores – se for dia de jogo – ou ir à cerca da raia de grama durante o cânter, que é o lugar predileto dos apostadores que, assim como ela, procuram por rateios maiores e acabam por pedir informações aos jockeys quando estes se encaminham para o galope de apresentação.
Às vezes ela consegue alguma informação quente e emplaca uma poulezinha de R$ 10,00 ou de R$ 15,00 por R$1,00. Quando isso acontece, pode esperar que ela vem para tirar aquele sarro dos metidos a catedráticos, como eu por exemplo, que não largam da Turf Brasil por nada nesse mundo e acabam sempre jogando em poules inferiores a três reais. Ela sempre brinca: “revista é para trouxa, ainda se aqui sempre desse a lógica... a gente tem é que descobrir as bombas!”.
O que está me deixando até um pouquinho preocupado atualmente é que, já não bastavam os jockeys, na maioria seus amigos, quererem lhe dar informações sobre os seus pilotados, como também agora até os próprios animais já estão querendo lhe dar barbadas – calma leitor, não estou plagiando o Cerca Móvel da Karol Loreiro, estou constatando a realidade.
Digo isso porque, em um dia de Derby em Cidade Jardim, estávamos junto à cerca do “winner´s circle” ela, o seu irmão e eu, pois lá circulavam os pleiteantes (e não postulantes como adoram falar os técnicos de futebol) ao GP Governador do Estado. Assim como a grande maioria dos turfistas, estávamos muito próximos à cerca, e foi quando levamos um grande susto: um dos animais dá um coice em direção à cerca e minha amiga cai ao chão, mais pelo susto do que por qualquer outra coisa. Como o coice acertou a cerca, o barulho foi alto e vários turfistas vieram em seu socorro, mas nada de mais grave aconteceu. Hoje em dia, graças a Deus, colocaram uma cerca viva junto à antiga cerca de metal e não se consegue mais ficar tão próximo aos cavalos.
Então, após levantar-se, ela perguntou a seu irmão sobre quem havia quase a alvejado e ele, meio incerto, apontou para o número nove, que pagava uns catorze por um. Sem titubear ela respondeu: “Vou jogar nele. Ele quis me dizer que é barbada”. Achamos graça eu e seu irmão.
Como a grama estava bem pesada, as forças do páreo apresentaram atuações apagadas. Já o tal do número nove, depois de uma forte atropelada, assumiu a ponta da carreira e a perdeu em seguida para outro competidor que também atropelou de forma muito vistosa. E jacaré jogou placê? Nem a minha amiga que deixou de aproveitar aquele placê de mais de nove por um.
Pois bem, aí só nos restou lamentar e voltar à cerca para assistir à pesagem dos jockeys. E quando o número nove, representante das cores do Haras Cifra, voltou da raia, olhava para minha amiga como se estivesse dizendo:”Você não entende quando falo com você? Eu falei para jogar placê!”
INDICAÇÕES PARA A GÁVEA - 07/10
-
1°: 3-4-2
Páreo de análise bem difícil para começarmos a reunião onde vou com a
Currahill Lake (3) que já tem corridas regulares na turma que a credenci...
Há 3 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário